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Processo de Secagem das Tintas

Quando mergulhamos no mundo da pintura, não são apenas as cores vibrantes que capturam nossa atenção, mas também o processo complexo por trás de cada pincelada. Hoje, vamos mergulhar no fascinante pro...

Processo de Secagem
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Quando mergulhamos no mundo da pintura, não são apenas as cores vibrantes que capturam nossa atenção, mas também o processo complexo por trás de cada pincelada. Hoje, vamos mergulhar no fascinante processo de secagem das tintas, um elemento crucial que determina o resultado final do trabalho efetuado.

Assim que a tinta é aplicada na superfície, começa imediatamente uma jornada de transformação. O Solvente presente na tinta – que pode variar de acordo com o tipo de tinta, seja à base de água ou solvente – começa a evaporar. Esse processo de evaporação é o que dá início à secagem. À medida que o solvente se dissipa no ar, a tinta começa a passar por uma série de mudanças notáveis.

A secagem e Endurecimento da Película da tinta é um processo um pouco complexo, por isso vamos tentar explicar esse processo de uma forma o mais simples possível.

A estrutura macromolecular constituída a partir do Ligante, englobando em si partículas dos pigmentos, Cargas e aditivos que foram adicionados para fins diversos é que vai permitir a formação da película seca, dura e contínua.
 
Contudo, de um modo simples, pode-se explicar a formação da película seca pela predominância de um dos seguintes mecanismos:

  • Evaporação dos solventes e/ou diluentes;
  • Polimerização auto-oxidativa ou auto-oxidante;
  • Reacções de polimerização.

Portanto, vejamos;

Secagem por Evaporação dos Solventes e Diluentes – Secagem Física

No caso mais comum, a evaporação do Diluente e/ou solvente inicia-se mesmo durante a aplicação da tinta sobre uma superfície.
Todavia, a formação da película seca só se dá quando essa evaporação originar um estado tal em que todas as moléculas entrem em contacto umas com as outras sobre a ação de forças intermoleculares atrativas.

Secagem por Coalescência – Secagem Física

Após a aplicação de uma tinta de Emulsão ocorre uma diminuição da distância entre as partículas esféricas de resina sintética em emulsão, por evaporação de uma parte da água da superfície da tinta.
 
Quando a diminuição da água atinge aproximadamente 66% do volume de água existente na película, ocorre a coagulação da emulsão.
 
Devido à pressão superficial e às forças capilares, formam-se meniscos côncavos de água nas zonas interfaciais entre as partículas de polímero e a água.
 
Estes espaços, chamados “canais de escape” são os locais por onde a água restante evapora, já que não pode sair através da superfície da película de emulsão, que é Insolúvel em água.
As forças capilares, cada vez maiores nos interstícios cada vez mais pequenos, provocam a formação de pressões muito elevadas (centenas de bar).
 
Estas pressões de efeito oposto às forças que se repelem mutuamente, levam as partículas a soldarem-se entre si, desaparecendo os espaços existentes entre as partículas de resina sintética.
Este fenómeno designa-se por coalescência ou fusão de partículas a temperaturas normais.
 
Este tipo de secagem acontece, geralmente, em tintas com Veículo ou ligante de resinas de dispersão Aquosa.

Secagem por Polimerização Auto Oxidativa – Secagem Química

A secagem por polimerização auto-oxidativa é um processo químico pelo qual certos tipos de tintas, vernizes ou revestimentos se solidificam e endurecem quando expostos ao oxigênio do ar. Esse processo é frequentemente associado a tintas à base de óleo, como esmaltes sintéticos e tintas alquídicas.
 
A secagem por polimerização auto-oxidativa é um processo relativamente lento em comparação com outros métodos de secagem, como a evaporação de solventes em tintas à base de água. Esse processo pode ser afetado por fatores ambientais, como temperatura, umidade e ventilação, que influenciam a taxa de reações químicas.

Secagem por Reações de Polimerização – Secagem Química

Neste grupo estão incluídas as tintas em que durante o processo de endurecimento o ligante está sujeito a reações de polimerização, por exemplo reações de polimerização por condensação gradual ou de adição em cadeia.

Estas reações ocorrem somente sob determinadas condições, das quais se destacam, as seguintes:

Ação do Calor

Os veículos que formam película pela ação do calor são aqueles que possuem grupos reativos que podem ser ativados pela ação da temperatura, produzindo reações que dão lugar a polímeros de elevada massa molecular.
 
Ex.: Resinas ureia formol, melanina formol, acrílicas, fenólicas, epoxídicas, e poliuretano de secagem em estufa.

Ação de um Catalisador

São os veículos que necessitam de catalisadores, em pequena quantidade, para iniciar a reação.
 
Ex.: Resinas de ureia e melanina catalisadas por ácidos e poliésteres insaturados catalisados por peróxidos e um sal de cobalto.

Ação de um Agente de Cura

Este agente é designado, muitas vezes, impropriamente por catalisador. Neste caso, o veículo é formado por dois componentes que, quando misturados à temperatura ambiente, dão origem a uma reacção de polimerização, que produzirá um polímero de elevada massa molecular.
 
Ex.: Resinas epóxidicas modificadas com aminas ou poliamidas e poliuretanos de dois componentes.

Ação da Humidade

Veículo que reage com a humidade do ambiente, dando origem a um polímero reticulado.
 
Ex.: Poliuretano de um componente.
 
Assim, existem vários tipos de secagem conforme o tipo de tinta e os componentes da mesma:

  • Tintas de secagem ao ar ou oxidativas;
  • Tintas de secagem física (evaporação de solventes);
  • Tintas curadas quimicamente (de estufagem ou de dois componentes).

Tempo de Secagem

O tempo de secagem varia de acordo com o tipo de tinta e as condições ambientais. Tintas à base de água costumam secar mais rapidamente do que as tintas à base de óleo/sintéticas devido à sua composição. Em média, as tintas podem estar secas ao toque em algumas horas, mas é importante lembrar que a cura completa pode levar vários dias ou até semanas.

Dicas para um Processo de Secagem Eficiente

  • Escolha o tipo de tinta apropriado para o projeto, levando em consideração o ambiente e o material a ser pintado.
  • Prepare adequadamente a superfície antes da pintura, garantindo que esteja limpa e livre de imperfeições.
  • Siga as instruções do fabricante quanto ao tempo de secagem entre as demãos, se necessário.
  • Evite aplicar várias camadas espessas de tinta de uma só vez, pois isso pode prolongar o tempo de secagem.

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 2 Mensagens

  1. Paulo
    Paulo
    8 Abril, 2024 às 14:07

    Pintei fachadas e muros… 6 / 7 horas depois choveu.
    A minha questão é se me estragou a tinta uma vez que ja estava seca ao toque mas nao penso que nao teve tempo para o processo completo de secagem?

    Responder
    • Tintas e Pintura
      Tintas e Pintura • Autor •
      8 Abril, 2024 às 15:08

      olá Paulo,

      Se a tinta estava apenas seca ao toque e não tinha completado o processo completo de secagem antes de chover, há uma grande probabilidade de que a chuva possa ter afetado a qualidade do acabamento. A água da chuva pode causar manchas, escorrimentos ou até mesmo remover a tinta parcialmente, especialmente se a camada de tinta ainda não estava totalmente seca e curada.

      Para avaliar o dano, pode inspecionar as áreas pintadas após a chuva para ver se há sinais de escorrimentos, manchas ou danos visíveis. Dependendo da extensão do dano, pode precisar retocar as áreas afetadas ou, se necessário, lixar e repintar completamente.

      Se estiver em dúvida sobre a real condição da pintura, pode ser útil pedir a um profissional em pintura para fazer uma avaliação mais precisa no local e quais as recomendações sobre os próximos passos a serem seguidos.

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